19 dezembro 2017

O testemunho do Elena

Olá, sou Elena Marchese de Itália especificamente de Milão, é uma cidade muito agitad a, fria no inverno e um forno no verão. Há um ano atrás decidi mudar-me para outro lugar, deixei o meu trabalho de Transfer Agent num banco e voltei a trabalhar na ONG (Italiana-Modena Terzo Mondo), com mais de 20 projetos que ajudam as crianças e famílias carentes no Brasil.

Comprei o bilhete para Recife e voltei pela quarta vez para Joaquim Nabuco, estado do Pernambuco, cidade de 17.000 habitantes conhecida como ''Terra do Açúcar'', uma das cidades mais pobre do Nordeste brasileiro, trabalhei como animadora, coordenadora de voluntários, colaboradora de angariação e treinadora de futebol e voleibol. Foi uma experiência incrível, forte e muitas vezes chocante, mas ao mesmo tempo cheia de alegria. Sem dúvida tenho que agradecer a todas as pessoas que encontrei no meu caminho! 

Anos atrás viajei para o Algarve e fiz uma reflexão: “um dia tu tens que ir morar para Portugal”, porque o ritmo é muito mais relaxado, as  pessoas são mais gentis,  o clima é ótimo, a comida é muito boa, e sobretudo lá poderia surfar  nas boas ondas. Em Junho voltei do Brasil e depois de um mês já estava farta de Milão, e numa brincadeira entre meus amigos apostei com eles que em poucos meses ia morar em Lisboa. Voltei para casa e comecei olhar os projetos SVE no Portugal, quando vi o projeto de 12 meses do CAF São Vicente como ajudante monitora/animadora falei “Este è meu projeto!”. Em poucas horas tinha enviado a minha candidatura e por fim o resultado foi positivo: ganhei a aposta!





















Quando cheguei a Lisboa fiquei sem palavras, estou descobrindo lugares incríveis e a arquitetura é muito bonita,estou muito feliz por morar aqui! Desde o primero dia que passei no portão da escola em Telheiras tive a sensação de estar no sitío certo. Fui bem recebida e acolhida do supervisor, da equipa de monitores e das crianças.


Os miúdos são  muito carinhosos, curiosos e gosto muito da energia deles. Também acho a equipa de educadores muito importante,  pois sem eles  o CAF não seria o mesmo.



Comecei a ajudar nos treinos de basquetebol/futebol e nos TPC (trabalhos para casa). Sou uma pessoa que adora praticar desporto e nos primeiros dias divertiram-se e brincaram comigo por causa do meu sotaque brasileiro.  Então gostava de ficar com os miúdos a fazer tarefas e assim podia melhorar o meu português. Dia a dia as minhas orelhas acostumaram-se rapidamente a ouvir o sotaque português (as pessoas falavam rápido). 

Entendi melhor as dinâmicas do CAF Vicentix:existem muitas atividades como por exemplo: Eu penso Que; Zumba Cerebral; Descobritix; Contos improvisados; Teatro; Danca; Vela; Canto; Futebol/Basquetebol  e cada quinta há sempre uma saida cultural (Refood,Doc Lisboa,Amadora DB Festival...).



Adoro ter a possibilidade de realizar qualquer ideia que queira realizar. Os colegas  são muito atenciosos, prestativos e partilham os seus projetos , pois existe um espirito de equipa. Gosto muito do dinamismo no Caf. Como sou uma pessoa ecletica, não gosto de rotinas, e assim nunca vou ficar aborrecida.

:) VIVA LISBOA,VIVA O CAF-VICENTIX!



O testemunho do José

A primeira etapa da minha aventura SVE em Lisboa chegou ao final, e as sensações são excecionais. Depois de três meses, não tenho dúvida de que participar neste programa é uma das melhores decisões que tomei nos últimos anos. Portanto, enfrentarei os próximos nove meses do voluntariado com mais expectativa e energia para que este seja um sucesso. 

Mentor e Natalia
As descobertas e os resultados desta “viagem” são, principalmente, de carácter pessoal. Para mim, é uma primeira grande prova de autossuficiência e independência na qual estou crescendo muito, no entanto há sempre coisas a melhorar e defeitos a polir. Por outro lado, os apaixonantes projetos da Boutique da Cultura implicam, no meu desenvolvimento como voluntário, uma aprendizagem de habilidades e conhecimentos práticos muito valiosos pela sua utilidade. São uma fonte de inspiração para criar e propor ideias que fossem de encontro as já planeadas.  
Durante o meu percurso do SVE tenho relacionado com novas culturas. Estou assimilar os principais costumes deste País, como a língua, um dos aspetos fundamentais para compreender melhor esta cultura. 
Também, a convivência com os companheiros da “Casa Anjos” tem permitido interagir com diversos hábitos e sensibilidades, como por exemplo de Polónia, França, Itália ou Croácia, em redor da mesa da sala de estar ou da cozinha. 

Guimarães
É importante fazer menção à “mafia” hispano-turca, surgida do inolvidável arrival-training de Guimarães, com alguns deles tive a oportunidade de organizar uma pequena viagem de um fim de semana a Espanha para lhes mostrar a cidade da minha infância.











Sevilla
Sinto-me afortunado de estar numa capital como Lisboa pela variedade de atividades culturais e de lazer que oferece. Des de expressões artísticas e culturais alternativas ou urbanas, assim como outras da cultura portuguesa, até a possibilidade de assistir a um concerto do principal artista flamenco do momento.
Ademais, intelectualmente é uma satisfação ter a oportunidade de assistir aos seminários e congressos dos destacados grupos de investigação em História Medieval das universidades de Lisboa, os quais com tanto interesse seguia antes de chegar aqui. 
 
Feira italiana
Concluindo, posso afirmar que este ano que estou a viver em Portugal, é uma experiência única. Vou recorda-la para o resto da minha vida como um tesouro…foi isto que aprendi com uma “avó portuguesa”: “nesta vida devemos guardar apenas os momentos bons… as recordações são para sorrir, sempre!”.
José Carlos López García