05 abril 2017

O testemunho da Marysia

Muitas pessoas pensam que EVS, e programas Erasmus em geral, é muita festa, muita bebedeira e... pouco mais. Claramente muito depende da pessoa.  Mas no meu caso e no caso de muitas outras pessoas que conheci, é totalmente diferente. Do meu ponto de vista a experiência EVS pode ser formadora ou até terapêutica. É um constante trabalho consigo mesmo.


O mais importante é o encontro com outra cultura. Como nos ensinaram na formação “On arrival”, encontramo-nos com várias manifestações culturais do outro país. Uns podemos saborear mesmo como turistas, como a comida, a música, a arquitectura, a  arte. Outros, não são tão visíveis. Porquê é que os portugueses são tão simpáticos no primeiro encontro? É fácil ou difícil fazer amizades com eles? Porquê quando agendo encontro com alguém há só 50% chance que vai acontecer na data prevista? Cada EVS diariamente passa pelo este treino de leitura do contexto cultural diferente do seu. É interessante, é emocionante, mas muitas vezes é frustrante. Quando não compreendemos as reacções ou pensamos que as nossas eram inadequadas. Este encontro põe muitas coisas na perspectiva. Também o próprio voluntário. Porque muitas das vezes é a primeira vez desde há muito tempo quando temos de actuar num contexto socialmente diferente daquele a qual estamos habituados, encontrar-nos com pessoas com diferentes histórias de vida, diferentes percursos profissionais.


Estes encontros (e as vezes desencontros) são fortes estímulos para perguntar si mesmo: quem sou, porque me comporto deste modo, porque isto me agrada e aquilo não, quais são as situações em que sinto me fora da minha zona de conforto. É uma verdadeira oportunidade de auto-descobrimento. A mais importante viagem da tua juventude.


Obrigada a todos que me ajudam continuar esta viagem. Obrigada aos que estão longe (família e amigos) e aos que estão pertinho (novos amigos, outros voluntários, a Spin - a Inês e a Aneta , o meu coordenador Eduardo e toda a equipa da Junta de Freguesia de Carnide que aceitou-nos - a mim, a Roberta e a Paola - sem prejuízo e com muita e boa vontade).  É bom saber que podemos sempre contar convosco

Marysia

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