Eu não gostaria de fazer o clássico discurso romântico de final de experiência cheio de agradecimentos, mas vazío de significado. Claro, vou agradecer, mas só mais tarde. Primeiro, queria dizer-vos o que esta experiência realmente foi para mim, mesmo que ainda não tenha acabado.
Ser voluntário não é uma coisa assim tão fácil. Não me refiro, nesse sentido, ao fato de morar em outro país, com outra língua e novas pessoas. Estas, pelo contrário, podem ser até mais motivações para lidar com esses tipos de experiências. Pelo contrário, refiro-me essencialmente ao papel do voluntário em si. Mesmo que aqueles que decidem fazer esse tipo de experiência já comecem com a vontade de encarar o desafío, temos sempre que lidar com o projeto real. É claro que, não fazendo parte dum contexto de trabalho formal, o voluntário não tem uma atividade fix(ics)a, mas, pelo contrário, as atividades mudam de dia a dia. Neste sentido, a dificuldade está em encontrar um papel, um pontos de referência, para tentar encaixar num esquema, com a consciência de que própria influência dependerá apenas de si mesmo. Neste sentido, cada um é quem decide se ser ativo ou passivo, se vai participar constantemente ou ocasionalmente. Não sendo mesmo um verdadeiro emprego, muitas vezes faz-se o erro de não sentir a necessidade de fazer o máximo, e admito que eu também às vezes senti esse sentimento, mas quando percebi que o principal destinatário dos meus esforços era eu mesmo, compreendi que ser voluntário é um trabalho feito para os outros, onde è o próprio voluntário o que mais ganha.
Nesse sentido, devo dizer que eu tive muita sorte. O contexto associativo em que me encontrei não foi o tradicional. No sentido de que não havia apenas uma associação para realizar as atividades internas, aqui há muitas realidades, cada uma delas especializada no seu setor. Gostaria de agradecer ao Luis, que como excelente coordenador da parceria, deixou-me a liberdade de escolher em qual projeto me envolver.
Por isso gostaria de agradecer ao Manuel com quem trabalhei no projeto creativo e de formação sobre a poluição du plástico. Foi a primeira vez que me vi a trabalhar ao mesmo tempo com crianças e idosos, devo dizer que foi uma emoção única ver e tocar a curiosidade e a energia das crianças ligar-se com a sabedoria e bondade das idosos. O projeto terminou com uma esplêndida exposição artística durante o festival: ver as pessoas apreciarem o trabalho feito com muito empenho e dedicação por parte de todos realmente animou-me.
A Ana foi um ótimo ponto de referência. Estivemos a organizar um projeto conjunto, que infelizmente tivemos que interromper. E’ com ela que muitas vezes me encontrei a desabafar em alguns momentos difíceis. Obrigado por ser útil e compreensiva, foste muito uma grande ajuda.
Com a Maria João, eu toquei talvez a parte mais divertida, e ao mesmo tempo desafiadora, entre todas as atividades. Nascidos por acaso, os dois jantares vegetarianos, uma com workshop, foram um sucesso. Por isso, gostaria de agradecer à Maria João por me dar a oportunidade não só de deixar as pessoas conhecerem um pouco da minha cultura, mas de me darem a conhecer diretamente a muitas pessoas em Telheiras.
Então gostaria de agradecer a todas as pessoas que trabalham com o refood, especialmente a Susana e a Paula, que oje nao esta, as duas senhoras com quem estivemos a recolher alimentos no continente às sextas-feiras. Nem precisa dizer que honra foi realizar esta atividade, tão simples, mas realmente fundamental para o bom funcionamento das empresas. Este foi certamente o projeto eticamente e moralmente com maior impacto que espero continue a servir em outros contextos semelhantes. Thanks!
Finalmente tenho que agradecer ao Luis, que agora é amigo antes do que tutor. Com ele além do trabalho de escritório clássico, trabalhei, ou melhor, apoiei a organização do festival. Eu aprendi que organizar um evento como esse não é fácil, porque de fora ele não parece, mas quando de dentro, entende-se quanto trabalho há a fazer. Devo dizer que o Luis foi impecável, como de fato em todo o meu projeto. Apesar de um período cheio de compromissos, não apenas para o trabalho, mas também na vida privada, ele estava sempre disponível. Sempre pronto para me encontrar em qualquer necessidade e sempre tentando me envolver em todas as atividades. Digamos que desde aquela entrevista via Skype para as seleções já faz um tempo, agora posso dizer que encontrei um grande amigo. Muita sorte para a sua esposa Clara e para o que está prestes a chegar e para o futuro deles. Vocês serão uma família maravilhosa.
Um agradecimento geral a toda a parceria local de telheiras, a todas as pessoas com quem também entrei para um poquinho contacto, àqueles que me deram um sorriso mesmo sem saber quem era, àqueles que tiveram paciencia com o meu portugês, àqueles que me deram o seu carinho.
Obrigado, senti-me em casa!
Eu sempre vou guardar uma boa lembrança de vocês.
Um abraço, Dario.
obrigado
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