Em Outubro, a organização para a qual colaboro em Bordeaux, informou-nos de que deveríamos realizar um vídeo que servisse para nos apresentarmos. Para isso, deveríamos frequentar uma formação audiovisual onde seriam dados alguns conceitos que nos iriam ajudar na realização do vídeo: correcto manuseamento de todos os equipamentos necessários, atenção à luz, diferentes enquadramentos, recolha das imagens, escolha das mesmas e, por fim, edição. Uma das condições para a realização do vídeo era organizarmo-nos em pares, sendo que os membros do grupo deveriam pertencer aos diferentes programas que constituem o projecto (European Voluntary Service e Service Civique).
Formados os pares, eu e a minha colega marcamos uma reunião para decidir o que iríamos fazer e rapidamente passamos à acção. Infelizmente, a ideia do vídeo partiu de mim (inspirada num vídeo de que gosto bastante sobre Coimbra realizado por estudantes estrangeiros) e era bastante ambiciosa: de forma resumida, a nossa intenção era recriar um dia das nossas vidas em Bordeaux até chegarmos à organização para a qual colaboramos, ao fim da tarde, onde nos encontraríamos. O guião estava escrito: ambos saíamos de casa, caminhávamos, eu seguia de barco, ela de tram, visitávamos diferentes praças e museus, almoçávamos, passeávamos mais um pouco, eu comia um pastel de nata, ela comia um cannelle e seguíamos para a organização.
- Quanto tempo achas que precisamos? Uma tarde para filmar isto tudo?
- Quanto tempo achas que precisamos? Uma tarde para filmar isto tudo?
- Sim, chega de certeza.
O primeiro dia de filmagens foi, como seria de esperar, uma chapada de realidade: percebemos que íamos demorar mais tempo do que imaginamos, fomos confrontadas com o facto de que o nosso plano inicial era demasiado ambicioso e percebemos também que, por muita boa vontade que tenhamos, há muitos factores externos que nos podem condicionar (nomeadamente, as condições meteorológicas). A juntar a tudo isto, ambas temos uma certa tendência para o perfeccionismo – para quê gravar uma cena só uma vez quando podemos gravar três ou quatro vezes, certo? É difícil imaginar que mais alguma coisa não decorresse de acordo com o planeado, a não ser que perdêssemos todas as imagens que demoraram imensas horas a gravar. E claro que foi isso que aconteceu!
Partimos para o segundo dia de filmagens com uma atitude mais firme: deveríamos deslocar-nos aos diferentes locais e fazer a cena, que gravaríamos apenas o número de vezes necessário até estar aceitável. Saída de casa, caminhar, tram… Vamos andar mais uma estação no tram porque aquela senhora olhou para a câmara… Barco, Place de La Bourse, Place de La Victoire… A história começava a compor-se. Precisamos de outro dia de gravações para filmar alguns locais importantes para a história que ainda não tínhamos conseguido filmar, desistimos de outros e… voilá! Demos as gravações por terminadas.
Finalmente, a parte que eu abomino: editar. Peçam-me tudo, mas não me peçam para editar. É daquelas coisas de que eu não gosto mesmo. Para mais, um vídeo com o formato que desejávamos: o ecrã dividido ao meio para deixar ver as duas histórias a decorrer em simultâneo. Estilo videoclip versão amadora. Acabamos por pedir ajuda a um colega, que teve uma paciência de santo para ouvir as nossas ideias e as fazer cumprir, e a quem já agradeci para cima de 30 vezes. Entretanto, a escolha musical não foi a mais feliz...
Enfim, espero que gostem!
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