Debato-me sobre se hei-de escrever e descrever enormemente, ou adoptar a simplicidade na sua intrínseca beleza. É que falar sobre 9 meses não é pêra doce! Talvez me decida por falar apenas do agora, dos futuros deste brilhante ano e dos caprichos da minha memória.
Voei para Budapeste a 2 de Janeiro de 2012, de coração aberto e mente conturbada. Vários aspectos da minha então vivência se debatiam com os mais diversos níveis da minha existência. Parti sem razões definidas e sem compreender que desígnios me haviam feito escolher o destino que escolhi. Compreendo agora, como sempre podemos ao final de uma secção de caminhada, que o caminho foi magnífico e que, quando deixamos um passo seguir o outro e cada passo seguir o nosso coração, a felicidade está na estrada.
Em Budapeste fui magnificamente recebido e acolhido e, embora eventualmente me tenha distanciado da Egyesek, minha Organização de Acolhimento, desde cedo me senti privilegiado pelas condições de acolhimento e suporte logístico. Habitei dois magníficos e profundamente distintos lares em Budapeste, um no centro e outro no coração histórico. Apaixonei-me pela energia e pela luz e pelas pessoas e pela vivência e pela esmagadora presença da História em cada esquina. Explorei a cidade durante 9 meses e cada deambulação foi preenchida por emoções, tenham elas sido quais fossem! Escapei, também, porque após algumas semanas o mar de pedra e cúpulas tornou-se sufocante; e nessa vaga de escapismo abracei a Hungria e trilhei estradas de alguns países circundantes. Deixei-me maravilhar pela forma humilde e brilhante como fomos recebidos pelos habitantes de onde quer que os nossos caminhos passaram.
Em EVS senti que aprendi a todo o instante e que cada dia foi vivido como uma dádiva; re-aprendi que cada dia o é. A viajem e os viajantes trouxeram-me riquezas essenciais e encheram-me, em última instância, de energia criativa. Hoje estou de regresso, capaz de ver e sentir como outrora não o fui. Hoje estou de regresso, com Amor e sonhos e projectos. Estou de regresso, mas também de partida; sempre novamente de partida.
Obrigado Spin, pelo impulso. Um valente dia de Sol para todos vós!
Pedro Graça
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