As primeiras semanas foram muito desanimadoras por várias razões: o inglês em casa, a saudade da família, a sensação de inadequação ao trabalho.
No início em casa eu não conseguia perceber os meus camaradas devido ao inglês. Desde sempre, eu e o inglês, temos uma “relação amorosa complicada”. Tudo isto trouxe-me pensar que nunca ia conseguir mostrar a minha pessoa aos meus novos parceiros desta viagem. Esta ideia deixava-me desconfortada, porque afetava a minha convicção pessoal que, para termos uma boa e rica experiencia, é sempre preciso ter bons camaradas com quem podem falar e partilhar emoções e lembranças. Não conseguir comunicar como realmente eu faria deixa-me sempre um bocadinho insatisfeita.
Imensa foi a saudade para a minha família que de repente afetou-me as primeiras semanas. Depois de um ano no Brasil achava que ia ser mais fácil viver este tipo de distância emocional…também estou a aprender que nunca será simples e que será sempre preciso uma boa motivação por afastar-me dela. Acredito que este ano aqui em Lisboa seja uma boa razão.
Outro desafio foi entender e aceitar os meus limites no desempenho do meu voluntariado. Nesta altura gostaria muito de possuir todas as noções e as capacidades para desenvolver as minhas tarefas com mais confiança e conhecimento, mas ainda não sou aquela pessoa.
Para mim que gosto de fazer tudo super bem, no início tudo isto foi muito limitador… amo a imperfeição, mas para mim ela é também uma interna e eterna luta quotidiana.
Um dos meus escritores brasileiros favoritos diz que: quem deseja ver o arco-íris, precisa aprender a gostar da chuva… então é assim que estou a tentar de enfrentar as dificuldades, a amá-las.
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