17 junho 2022

O testemunho da M. Inês (Associação Nea Guinea) (Grécia)


Olá a todos, Desta vez queria contar-vos uma história diferente, uma história sobre voluntariado CES, mas desta vez enviado pela Spin, no distante 2019.

O meu nome é Inês e em 2019 decidi candidatar-me ao uma vaga de voluntariado CES, de curta duração na Grécia de março a maio de 2019. Esta foi uma decisão bastante precipitada, admito, sem qualquer planeamento. Mas sim por vezes tempo de arriscar… e lá estava eu. Fui escolhida para desenvolver o meu projecto de 2 meses, chamado Sustainable Synergies, um projecto que ainda hoje a Spin seleciona voluntários. 

Assim, em 5 dias mudei-me para uma pequena cidade na periferia de Atenas, chamada Nea Makri, para ir trabalhar numa quinta de permacultura desenvolvida pela associação Nea Guinea. Mas antes de continuar, julgo que seja importante explicar o que é permacultura. A permacultura é mais do que a agricultura biológica, é uma agricultura que procura dar harmonia aos ecossistemas, de forma que estes também possam crescer de forma equilibrada.

É um conceito bastante complexo de explicar, mas que deveria ser visto como uma alterativa. As minhas tarefas foram bastante simples: tarefas básicas de gestão de uma horta, arrancar ervas, plantar, todo o tipo de tarefas normais de primavera. Porém surgiu algo que eu não esperava, pois tive a oportunidade de ajudar numa formação de permacultura desenvolvida num campo de refugiados. Esta experiência foi a mais enriquecedora, pois durante o meu trabalho na horta, muita das vezes não tinha contacto com ninguém. Aí consegui conhecer algumas pessoas, assim como ouvir algumas histórias. Aqueles dias ajudaram-me a mudar um pouco a minha perspectiva de vida.

É impossível esquecer aqueles dias: consegui rever amigos, conhecer novos locais, desde Kastoria no norte junto da fronteira com a Albânia, até a Creta, aprender grego, e acima de tudo, aprender muito sobre mim mesma. Passei muito tempo sozinha, em ferries, autocarros e comboios, e isso fez-me refletir sobre a minha vida e o caminho a seguir. Comi imenso, e engordei, o que sempre achei que fosse difícil. Atenas como cidade tem uma energia fantástica, não é bela, não é limpa, mas tem personalidade. Qualquer esquina tem uma história para contar e apesar do caos normal da cidade, é esta que nos tem de escolher, e nós não podemos opinar. De toda esta experiência só me arrependo de uma coisa: não ter ficado mais tempo, e por não ter deixado um pedaço maior de mim em Atenas.

This time I would like to tell you a different story, a story about CES volunteering, but this time one with Spin as sending organization. My name is Inês and in 2019 I decided to apply for a Short Volunteering vacancy in Greece from March to May 2019. This was a very hasty decision, I admit, without any planning. But sometimes we must risk… and there I was. I got chosen to develop my 2 months project, called Sustainable Synergies, a project that Spin still selects volunteers every year.

So, in 5 days I moved to a small town on the outskirts of Athens, called Nea Makri, to go to work in a permaculture farm developed by the Nea Guinea Association. But before continuing, I think it is important to explain what permaculture is. Permaculture is more than biological agriculture, it is an agriculture that seeks to give harmony to ecosystems, so that they can also grow in a balanced way. It is a very complex concept to explain, but it should be seen as an alternative. My tasks were quite simple: basic garden management tasks, weeding, planting, all kinds of normal spring tasks. But something arose that I did not expect, because I had the opportunity to help with a permaculture course developed in a refugee camp. This experience was the most enriching, because during my work in the farm, I often had no contact with anyone. Then I was able to meet some people, as well as to hear some stories.

Those days helped me change my life perspective a little. It is impossible to forget those days: I was able to meet friends; to go to new places, from Kastoria in the north near Albania, until Crete; to learn Greek, and above all, to learn a lot about myself. I spent a lot of time alone, in ferries, buses and trains, and that made me reflect on my life and the way to follow. I ate a lot, and I gained weight, which I always thought it was difficult. Athens as a city has a fantastic energy, not beautiful, not clean, but it has personality. Any corner has a story to tell and despite the normal chaos of the city, it is Athens that choses you, not the other way around. From all this experience I just regret one thing: I didn't stay longer, therefore I didn’t manage to leave a larger piece of me in Athens.
 

até próxima









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