Desde o início, o meu SVE tem sido diferente do que eu esperava. Comecei o processo de seleção em outubro de 2012, com a ideia de ir logo depois do verão de 2013 para algum lugar longe da Espanha, as para mim o importante era o facto de colaborar num projeto com imigrantes ou crianças.
No início de fevereiro, o telefone tocou anunciando uma vaga livre num projeto em Lisboa. O meu primeiro pensamento foi que Lisboa é muito próxima da Galiza para se tornar algo interessante e diferente e que esta cidade não seria capaz de mudar a minha vida. Mas quando li os dados do projeto, este começou a interessar-me mais e mais, até que Lisboa se tornou uma grande oportunidade.
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Dois meses depois, eu me lembro deste momento como o início e o fim de muitas coisas. O fim de 26 anos na Galiza e o início de uma viagem que eu não sei onde vai acabar.
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Hoje eu falei com uma menina que estava sozinha, que acreditava que ninguém lhe prestava atenção, que os seus amigos a odeiam... e ela repetiu essas frases por cinco vezes até que eu comecei a entender o seu Português. Uma menina de 13 anos chora e lamenta-se e pára de chorar para poder falar devagar de modo que asim eu a possa entender. Uma pessoa deixa os seus problemas para que eu possa ter uma conversa com ela.
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Para mim Lisboa não é apenas uma oportunidade de conhecer novas culturas, novos lugares ou participar em festas ... Para mim, o SVE em Lisboa, é a oportunidade de conhecer o pequeno mundo das crianças com quem trabalho e tentar entender os seus, que são parecidos com o mundo ao meu redor e com o mundo que estamos a construir entre todos.
“Para ser grande, sê inteiro: nada teu exagera ou exclui. Sê todo em cada coisa. Põe quanto és no mínimo que fazes. Assim em cada ago a lua toda brilha, porque alta vive.” Ricardo Reis
Laura
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